Existem na montanha árvores heroínas, plantadas sobre o
vazio, medalhas no peito dos precipícios. Subo todos os Verões para visitar uma
delas. Antes de me ir embora, encavalito-me no seu braço sobre o vazio. Os pés
descalços recebem as cócegas do ar aberto a centenas de metros. Abraço-a e
agradeço-lhe por resistir.
Erri de Luca; “O Peso da Borboleta” – Tradução de Simonetta
Neto – Bertrand Editora.
Pág. 79.