"Assim falou; e foi sentar-se na lareira, no meio das cinzas,
junto ao fogo. E todos permaneceram em silêncio."
(Odisseia; VII, 154-155; trad. de Frederico Lourenço)
O divino Ulisses abraçou os joelhos de Arete e soltou as palavras que trazia ensaiadas: ardia-lhe no peito a fome do regresso, e foi sábio a pedir e nos gestos.
De Nausícaa a capa cobria-lhe o sofrimento, e não era do que sua mãe imaginara.
"Vai agora, ó estrangeiro: a cama está feita."
Ulisses adormeceu, mais distraído que cansado.
Nausícaa, erguida à aurora de lindos dedos, lira de límpido som, vai voltar à praia pelo lume da alegria.
(Siga Ulisses para a cidade que o espera, de muitos fingimentos também, onde tecer e destecer é trabalho que mata o tempo, e outros matadores são precisos.)
Nausícaa, perto do meio dia, vai regressar, corpo de música lavada, na companhia merecida.
E o pai benevolente há-de sorrir a dizer:
a nossa filha traz o que escolheu; não foram os deuses a conduzi-la.
E todos irão dormir nos leitos que prepararam.
(Nota: não consigo dar ao texto o arrumo que quero)
4.8.11
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4 comentários:
O arrumo é como manda o pensamento.
Um abraço!
alece
Arrumação a mais nem sempre é boa... assim desarrumadas seguem as ideias... que é que importa. Abraço.
Obrigado, Alece e Renda.
É verdade que arrumação muito grande faz as coisas chatas...E a preguiça é coisa boa, muitas vezes...
Abraços
Que interessa o arrumo se Nausícaa vai regressar, corpo de música lavada na companhia merecida. Nem todas as companhias merecidas regressam...
Felizes os que assim "cantam".
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