12.6.12

És rio preguiçoso
não vês o mar largo,
menino que não quer crescer, dizes.

Vou indo com os salgueiros,
demoro nos olhos das rãs
são espelho das nuvens,
não viajo depressa. Foi o nosso trato.

Mas prometeste a demora necessária,
recolher os sons das palavras certas
amadurar os lábios na cor das cerejas,
apressar o passo pelas nuvens descontentes
e chegar ao primeiro calor, insistes.

Mas crescer como a sombra,
alimentar a espera
demorar devagarinho a boca e a sede,
que a lua cheia só vale por causa das noites escuras,
a alegria a rir-se do gozo. Foi o que jurámos.

Sim, meu rio pequenino.

Verdade, mar largo e paciente.

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