Todos os dias fazes uma casa nova
Variação 2
Era onde dormíamos
os salgueiros mergulhados no rio
música pequenina a mexer nos cabelos.
A água tremeluzia
as imagens eram ambíguas
nunca víamos os mesmos sonhos.
E é bom.
31.12.12
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6 comentários:
E parece certo, ou pelo menos acertado, que um sonho seja sempre novo, tal como uma casa que nos sirva, uma conversita que nos fale.
Tenha um ano com muita luz, Zef, a começar todos os dias. Com romãs, se possível, e com o mais.
Abraço
Rui
E junto, espero que goste, um pedaço de Afonso Cruz (em O Cavaleiro Ainda Persegue/ A Mesma Donzela), aproveitando a sorte de o estar a ler, ligando conversitas:
"Há quem diga que, quando voltamos a ler um livro, anos depois, não é o mesmo livro. É um fenómeno caro a Heraclito. A teoria diz que nós mudamos, aprendemos mais e quando relemos, fazemo-lo com outros olhos, mais experientes, mais sábios. Mas há a possibilidade, é só uma teoria, de, quando se fecha um livro numa prateleira, ele, febrilmente, trocar as suas próprias letras, tal como nós renovamos o sangue e vamos crescendo. Reescreve frases e parágrafos, acrescenta texto, elimina períodos, sublinha ideias. Ou como é que um objecto que pode conter tanta sabedoria, pode ter a vida de uma pedra, em vez da de um ancião de barbas? Ou como é que aquilo que contém inteligência pode não ser inteligente?"
Gostei deste bocado de Afonso Cruz. Mas acontece que, a partir de certa altura da vida, sendo urgente re-ler tantas coisas, começa-nos a faltar tempo para ler a primeira vez, e é pena.
Um abraço, Rui. Também bom ano.
Nunca os mesmos sonhos, para evitar pesadelos.
Bom ano, ZEF!
Lis
OláLis.
Nunca os mesmos sonhos, mesmo não sendo de pesadelo...
Gostei dessa coisa da música pequenina.
catraia miúda
Eu sabia, catraia miúda...
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