Deixei-me achar por
quem não me buscou
(Livro do Profeta Isaías, 65, 1)
As coisas que o caminhante
vai ouvindo
na colina a mirar-se no
regato
nos muros musgosos de quando
era pequeno
do sossego da aldeia cheia de
murmúrios
o silêncio seu companheiro
muito tempo
afinou-lhe o ouvido e o olhar
a mãe que o gerou era quem o
iluminara
e era o silêncio que o tinha
conduzido
o que sabe o princípio e o
fim das pessoas
e distingue as cores e os
sentidos
as coisas que foi ouvindo nas
viagens
os murmúrios da sua aldeia
pacificam-lhe as entranhas.
Mas ainda não sabe onde
passar a noite.
3 comentários:
Que hei-de dizer? É um encantamento de poema :-)
:)
Boa noite, senhora mana.
É um sibilante silêncio, o teu, em que nos refugiamos do vazio ruído que nos oprime...
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