Experimenta
trepar até perto das nuvens brancas e quietas. Ao primeiro suor, senta-te no
chão da encosta, no musgo. Bem sentado. Podes fechar os olhos um bocado;
depois, vês melhor o céu e as nuvens companheiras de quem sabe saber-se olhado.
Tu, o resto
de ti, abre os braços a respirar fôlegos largos, tranquilos, como dissesses:
como é bom estarmos aqui, as nuvens sabem esperar e retardam o tempo, a noite
passa ao lado; é bom saber-se esperado.
As nuvens
sabem, mas não faças aí a tenda; pode amarrar-te ao vale dos teus olhos
enquanto o olhar deseja aquilo que te prendeu - a poesia que anda entre as
ervas e o céu que desenha no chão a vontade das nuvens, e também dentro de nós.
Bocados de
música as nuvens brancas.
Retarda o
tempo. É bom sabermos que somos olhados.
E esperados.
A poesia que anda entre o chão e o céu. Das coisas pequenas aos ramos
abundantes. Do respirar calmo ao êxtase
E saibas
sentir: é bom estar aqui.
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