"Bom dia, como está?", "bem, obrigado"; ou "ora viva!", "bem haja"; outras vezes, "hoje o tempo está melhor", "é verdade". Uma vez ele disse "já não há frio como dantes!" e eu não respondi, mas fiquei a pensar.
Via-o no café e eram assim os cumprimentos.
Hoje, não foi.
As mesas estavam cheias e ele ofereceu-me lugar na dele. Quem passou ao lado perguntou-lhe se estava melhor. Pela resposta não entendi quem estava doente e perguntei-lhe. "Sabe, é a minha mãezita; está no hospital; o coraçãozito..."; encolheu os ombros como fazemos para dizer "pois é, vamos ver o que acontece!"
As palavras pequeninas agarraram-me e hei-de sentar-me mais vezes na mesma mesa e falaremos do tempo doutra maneira.
26.9.07
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13 comentários:
Pois é... às vezes, passamos só pelas pessoas; um dia, chega o dia em que as encontramos realmente...
(Este pousio é muito produtivo!!!)
Abraços.
Falar do tempo de outra maneira... Sim, entendo. Escrevo este comentário ao som de Luís Cília. Leio o que a amiga Renda diz acima. Penso nas "palavras pequeninas". Numa anterior entrada sobre as pessoas boas e humildes. É o que de facto vale a pena.
Um beijo
Viu-a como eu ... a Lua... com ar de Outono também ela... mas hoje esteve outra vez Verão.
Um abraço.
Sabe, sinto muitas vezes falta desse falar do tempo de outra maneira mas não é fácil encontrar interlocutores assim dispostos.
Não é tão difícil assim, falar do tempo de outra maneira, nós é que andamos cegos e surdos a maior parte do tempo e, por vezes, esse "cegos e surdos" encerra coisas graves. Mas olhamos tão pouco para fora de nós próprios...
Beijo
ana assunção
Zef,
E é assim que passamos pelas pessoas com quem nos cruzamos, na vida... até ao dia em que nos "encontramos" com elas...
Às vezes, tarde demais.
Um abraço
Só hoje li.E gosto desse seu jeito de falar destas coisas...
Renda, e quando as pessoas se encontram, alguém fica mudado.
(Reparou que, quando passou por aqui, o tempo estava quente e agora...)
Abraços.
Soledade, é o que vale a pena. Que o tempo nos sobre.
Beijinhos.
Lis e Ana e Meg, lembraram-me o Principezinho e as rosas...
Beijos.
A Amélia chega sempre a tempo
Beijos
Olá, como está ? Só hoje aqui passei, e, sabe? - o sol ora ri ora chora,( or piango or canto ) por vezes em simultâneo...
Um bom fim de domingo,abraço.
Se olharmos com o coração, o essencial mostra-se... não é o que dizia o AXExupéry?
Muitas (tantas) vezes é só deixarmos.
Abraço
E a vida é um corre corre que nem nos permite dar pela existência de outros, com problemas para os quais, às vezes, umas simples palavras dão tanto conforto.
Beijinhos
Quantas pessoas vemos diariamente, anos a fio, e não sabemos absolutamente nada delas, nem elas de nós. Que coisa estranha!
Um abraço.
Fernanda,
Tsiwari,
Sophiamar,
Jorge,
demorado como é o tempo que se demora a percebermo-nos uns aos outros e também como convém a um confesso preguiçoso, obrigado por terdes aparecido
Beijos
Abraços
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