20.5.10

Não receies a aspereza das espigas.
O imigrante
não o afligem as línguas bárbaras
dos seareiros
e dança a música dos ventos.

Como o mar bravo:
a praia fica bêbeda
de espuma.

E o tempo:
a tarde vai linda,
limpou-a a trovoada.

As espigas são flores escondidas
mulheres grávidas de pão.

8 comentários:

Aires Montenegro disse...

Repito o que já disse: tens de publicar. E mais não digo!

alecerosana disse...

"O imigrante
não o afligem as línguas bárbaras
dos seareiros
e dança a música dos ventos."

Zef,
Muito bonito este poema e tocante.
Permite roubos??

Abraço
Nota: reabri...

zef disse...

Aires, passei, de corrida, por perto de ti...
Hemos de conversar.
Um abraço

zef disse...

Obrigado, Alece; seja roubadora à vontade; não carece de licença...

Bom vê-la de volta!
Abraços

rendadebilros disse...

Interessante empatia... não o tinha lido quando "falei" do trigo e do mar...
Abraço!

zef disse...

...verdade, Renda, até somos vizinhos!

Anónimo disse...

Há sempre qualquer coisa que me surpreende no que escreve, Zef. Por vezes será uma palavra que me põe a sorrir, outras a ideia,tão simples e feliz, dita.
Estou atrasada, venho para me instalar em "maio" e ler mais até ao verão... :)
Beijos
ana

zef disse...

A Ana nunca chega atrasada.
Este meu atraso é que é indesculpável...
Está bem instalada?
Beijinhos