4.1.10
Amor, hoje teu nome
a meus lábios escapou
como ao pé o último degrau...
Espalhou-se a água da vida
e toda a longa escada
é para recomeçar.
Desbaratei-te, amor, com palavras.
Escuro mel que cheiras
nos diáfanos vasos
sob mil e seiscentos anos de lava -
Hei-de reconhecer-te pelo imortal
silêncio.
(Cristina Campo; O Passo do Adeus - Trad de José Tolentino Mendonça; Assírio & Alvim)
Nota pequena: ando sempre com Cristina Campo como Jacob com o Anjo: tarda-me a bênção, quero dizer, fica-me sempre qualquer coisa por entender dela...
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10 comentários:
Olhe, Zef, não conhecia, obrigada pela descoberta. Belíssimo poema de Amor! É bom que sempre alguma coisa fique por entender, senão a vida não faria muito sentido...Vale-me o espanto de certas coisas na vida, ou na morte...
Um abraço amigo.
Zef,
E na tentativa de entendimento nos vais abrindo horizontes de palavras e encantamento.
Lindo!
Um abraço para ti
Zef,
Chegaram-me ecos de olhos em bico... que praga, amigo!
Apaga essa coisa toda que te infestou o blog.
Só não percebo como é que eu tive conhecimento disso pelo... meu émail.
Vim conferir e é verdade!
Mistério, ou algum engraçadinho que se quer divertir...
Um abraço amigo, Zef!
Boa noite, Fernanda, boa noite Meg.
Aprecio a poesia de Cristina Campo, embora muitas delas me girem por dentro e deixem sempre qualquer coisa por ver.
O blogue teve um ataque: todas as entradas ficaram marcadas por uma máquina de brincar...
Com paciência beneditina fui limpando, aos bocados, e repus nos comentários as tais letras bailarinas e irritantes: dizem-me que dificultam tais brincadeiras.
Peço desculpa por ter deixado passar tanto tempo sem vos dar as boas noites: então, e por já ser escuro, boa noite.
Tem muito que se lhe diga na verdade. Não conhecia. Bem haja por partilhar.
Abraço.
Quem é essa Cristina Campos?
Uma foto tão bonita!
O poema é belo:
«teu nome
a meus lábios escapou
como ao pé o último degrau...»
:))
- Cheguei aqui,
encaminhado pelo blog da Meg
Hei-de ir à procura
desse Passo d'Adio.
Renda, boa noite.
Tenho estado ausente. Agora, de passagem rápida por estes sítios que conhece...
Gosto muito de Cristina Campo
Um abraço
Ora viva, VBM. Pelos vistos já (se) encontrou com Cristina Campo.
Chegou aqui por boa mão :)
O gosto pelos livrinhos tem destas coisas...imagine o Zef que, seguindo uma indicação preciosa vinda das bandas do Lis, fui ao Chiado com uns (ralos) trocos no bolso e lá trouxe uns coisitas boas.
Relendo uma nota do tradutor do "Livro dos Amigos",descubro pela 1ª vez o nome de Cristina Campo como grande apreciadora do livro Hofmannsthal e vejo que foi traduzida pelo J.T.M.
Chego aqui e a romãzeira tem poesia da Cristina Campo...:)
Não vou resistir, acho!
Acabo de chegar da rua... beijos ainda em processo de aquecimento!
Tá um frio!
ana assunção
Ana, e não vai resistir, penso. E, no rasto que seguir, ainda vai encontrar Simone Weil à "Espera de...", mas deixe lá que isto já são inclinações de quem começa a olhar as coisas com desprendimentos (que Deus me/nos oiça)
:))
Beijos(aquecidos)
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