O céu deve existir.
Às vezes, a gente sente-o, sobretudo quando podemos ver as coisas mais ou menos assim, mas isto é um exemplo.
O tempo anda frio e húmido e a casa tem estado vazia, quero dizer, não é bem vazia; não está na medida dela e isso morde o peito.
É a maneira de dizermos fazeis-nos falta, vinde cá a casa, onde há os sítios que nos completam; e sabemos que onde morais há bocadinhos iguais: também lá estamos bem.
É também a maneira de podermos ouvir temos casa de sobra e não está na medida do peito.
E a gente não fala. O peito fica aberto e escuta. Há um ventinho que nos passa, e o que é preciso.
Quando estamos atentos, são as coisas pequenas que vemos. A maior parte das vezes, só olhamos os mundos abertos, que só precisam dos olhos e são as coisas grandes que incham as casas.
As coisas pequenas é que as enchem.
As casas só se enchem do que quase ninguém vê
é da atenção que elas se completam
e o céu é assim,
sempre à espera
Às vezes, a gente sente-o, sobretudo quando podemos ver as coisas mais ou menos assim, mas isto é um exemplo.
O tempo anda frio e húmido e a casa tem estado vazia, quero dizer, não é bem vazia; não está na medida dela e isso morde o peito.
É a maneira de dizermos fazeis-nos falta, vinde cá a casa, onde há os sítios que nos completam; e sabemos que onde morais há bocadinhos iguais: também lá estamos bem.
É também a maneira de podermos ouvir temos casa de sobra e não está na medida do peito.
E a gente não fala. O peito fica aberto e escuta. Há um ventinho que nos passa, e o que é preciso.
Quando estamos atentos, são as coisas pequenas que vemos. A maior parte das vezes, só olhamos os mundos abertos, que só precisam dos olhos e são as coisas grandes que incham as casas.
As coisas pequenas é que as enchem.
As casas só se enchem do que quase ninguém vê
é da atenção que elas se completam
e o céu é assim,
sempre à espera
7 comentários:
Em céus assim, abertos, amplos de afectos, eu gosto de entrar e de receber...Beijos
Coisas pequenas... detalhes.
(In)significâncias!
Abç
As casas ficam cheias das pessoas, dos filhos, da filha, da neta, dos risos, dos suspiros, de um choro, dos abraços, da presença... depois ficam assim como nas suas palavras, cheias de lembranças e vazias, à espera, cada canto à espera. Comovente!
Abraço.
Amélia, a sua atenção é afecto: somos da casa, sabemo-lo.
Beijos
Como o que vale a pena, Tsiwari.
Um abraço
Renda, mas é isso: é a espera que nos põe vivos.
Um abraço.
Tudo o que diz a voz da romãzeira tem eco de voz do peito, o mesmo é dizer que "o peito fica aberto e escuta"...
A escuta enche, pois!
Beijos já mais conformados com a friagem vinda do monte da lua ...
ana assunção
A friagem ia-me levando uma coisa que queria muito dizer:a foto está linda.
Re-beijos
ana
Ana, tá bem, pronto...
Também, se não fosse assim, seria um mentideiro, coisa que já(?) tentei ser e não soube...
"A friagem vinda do monte da lua" é a da lua que anda de balde?
:)
Beijosss
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