25.1.10

Foi o primeiro a levantar-se, abriu as portadas e viu o dia. O sol andava pelos lameiros e as gotas do orvalho piscavam às cores. Isso estava à vista, mas não era o que levava no peito.

Abriu o quarto de dormir, disse a quem dormia: é de nós, ou da casa; o tempo certo nunca vem quando é preciso.

Quem era de se levantar levantou-se, viu claramente visto o peito do sol e as cores das coisas.
Disse: é verdade, os tempos andam incertos.

Olharam-se.
Viam como ia o sol. Mas
também se sabiam de coração.

6 comentários:

Amélia disse...

O que parecia «apenas» uma descrição poética de um amanhecer, virou poesia total nos últimos versos.É que «só se v~e bem com o coração» mesmo.

Meg disse...

Meu caro Zef,

Os olhos do coração, os olhos da alma, esses não nos enganam.
Belo texto, belo olhar.

Beijo

Anónimo disse...

Tanto que tem escrito e tão bem.
Abraço,
alece

rendadebilros disse...

Fico realmente extasiada ao ler os seus poemas... nem sei que diga... sobre tanta beleza, tudo dito com as palavras mais certas, não haveria outras melhores...
( Obrigada pela análise: o professor de Literatura sempre à "escuta"!)
Abraço.

Anónimo disse...

Sim, senhor...tá bom mesmo, redondinho, nada a acrescentar!

E enquanto escrevo, estou ali com os olhos a fugir para a foto de baixo e acho-lhe um jeito engraçado (um beijo por dar e outro dado, que tal?)
ana

zef disse...

Amélia, obrigado.
Quem sabe de cor é por saber de coração
Beijos.

Meg, e isso já nos basta.
Beijos

Alece, que de contas teria para ajustar consigo...
Até breve(?)
Um beijo

Renda, as suas também encantam...
Não ando por perto daí: quando regressar(mos), digo.
Beijos

Ana, o tal "jeito engraçado"...sabia que andava lá qualquer jeito; por isso escolhi a fotografia...Mas não sabia dizê-lo. É isso: um beijo dado e outro por dar.
Olhe, mando-lhe os dois...