Por vezes digo: tentemos ser alegres,
e parece-me prudência a minha,
tão escavada é agora a deserta medida
à qual foi prometido o grão.
Por vezes digo: tentemos ser graves,
não se diga nunca que jorra para mim
sangue de vitelo gordo:
e ainda me parece prudência a minha.
Mas mesmo sem culpa a quem assim enche
de hipóteses o deserto,
de imagens a noite escura, alma minha,
a este será dito: tiveste o que era teu.
Cristina Campo, O Passo do Adeus, tradução de José Tolentino Mendonça - Assírio e Alvim
12.10.07
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Só por um momento... porque hoje tive apenas aulas, em que , possivelemente ganhei mais do que dei, mas isto anda "mau" e há horas errantes sem rendimento nenhum como prisioneiros de um sistema arbitrário e incompreensível...por isso são poucos os dia assim...
Grande abraço.
E de tentativas é feita a nossa vida... mas tantas vezes falhadas, umas vezes ao sabor do acaso, ou, quem sabe, porque, muitas vezes, trazemos o deserto dentro da alma.
Hoje nem vale a pena tentar...
Bom fim de semana, Zef!
Um abraço
Gosto da Cristina Campo.E do Zef, que no-la trouxe.Um abraço
Renda, "foi só por um momento": mas a vida não é feita de momentos pequenos?...
Um abraço
Pois é, Meg, "Por vezes tentemos..."
Abraço
Amélia, ando há mais de um ano à roda da Cristina Campo...
E as amizades fazem bem. A sua com certeza.
Beijos
Enviar um comentário