15.12.07

(Foto de Marco Pedrosa)

*
Os corvos têm andar pobre, mas voam com o brilho todo nas asas.

No fundo do quintal não há rumores de água, mas uma manhã de sol ainda vai trazer os solfejos esperados

mesmo nas asas dos corvos.

*
Dou sementes aos pássaros.
Acodem corvos de asa arrastada, mas voam brilhantes como música.

*
Todas as manhãs ponho a mesa e espero a música.

3 comentários:

rendadebilros disse...

Esta música vibra ao sol fresquinho que brilha nas asas negras dos corvos... com que então à espera da música??? Agasalhe-se... que está frio!!!
( é verdade é... vi o cartaz afixado numa papelaria/livraria ao lado da farmácia central... e olhe... nem queria acreditar nos meus olhos ... à tarde , fui lá e tirei a foto...)
Bom fim de semana.

Anónimo disse...

Adoro os corvos, Zef. Gosto do crocitar, da labareda das asas, gosto quando passam solitários ou em pequenos grupos. Eles dizem-me do tempo.Ou de um modo de viver o tempo. Como o seu poema.
A fotografia do Marco é esplêndida, o negro e a gota de ouro.
Um beijo a todos

zef disse...

Renda, estude os pássaros logo pela manhã: mal se nota o frio!
Um abraço
(O cartaz referido é sinal de gente desgraçada, que sabe(?) o que faz).

Soledade, "um modo de viver o tempo": está certa.
(Estou a abusar das fotografias do Marco, que não se importa...)
Beijos de todos.