4.12.07

(Foto de Marco Pedrosa)


Queria ter a posição dos claustros
A posição do monge antigo que os varre
A posição do moribundo que pergunta as horas
A posição das árvores quando as crianças sobem
A posição dos ramos quando os ninhos nascem
A posição de alguém que já não mora. Queria
Como se tivesse
A posição da casa e alguém me visitasse

Daniel Faria; Dos Líquidos

7 comentários:

Anónimo disse...

Uma imensa, uma pacífica abertura, uma pacífica disponibilidade e atenção ao detalhe... Belo projecto, Zef.
Um beijo

rendadebilros disse...

Que posições tão expressivas e acolhedoras... e um cantinho acolhedor ... bem preciso para fugir de tanta "comédia" triste e papéis inúteis...
Um abraço.

tsiwari disse...

bem achado... as posições de...

;)

Meg disse...

"Fosses tu uma ave ou uma folha
E o Outono te viria desprender..."

Tão cedo e tão jovem nos deixaste, poeta!

Um abraço, Zef

zef disse...

Soledade, por razões que ainda desconheço : -)
marquei este poema.
Beijos

Renda, consigo repousar na poesia de Daniel Faria. "Enche-nos a casa como um ano bom"
Um abraço(hoje, vai de longe...)

TsiWari, o Daniel sabia do que falava e nós sabemo-lo...
Abraços.

Meg, é lindo, é.
"Guarda a manhã
Tudo o mais se pode tresmalhar
..."

Abraços

Anónimo disse...

E no entanto, Zef, eu atrever-me-ia a dizer-lhe as razões por que o marcou. Correndo o risco de errar, claro, mas bastante convicta da minha dupla leitura (a do poema e a do meu amigo). Quem sabe falaremos disso em Pasárgada, se se proporcionar. E depois, deve-me uma garrrafa de vinho em Pasárgada,lembra-se?:)

http://nocturnocomgatos.weblog.com,pt

zef disse...

Não vai errar, não vai errar, sabemos que não...
Falaremos. A garrafa já está escolhida e vai estar na posição certa; a temperatura será sabiamente estudada.
E a frátria vai ser calma e bem conversada.