20.8.11

Ulisses


"Passámos por essas árvores: tu disseste-me os nomes
e explicaste como era cada uma."
(Odisseia, XXIV, 338-339; trad. de Frederico Lourenço)

Siga Ulisses em nau fina  e veloz,
por marés e ventos certeiros,
não por Penélope: ainda pode sonhar
e tem muitas noites para tecer.


Por Laertes: o filho lhe demora
e é frágil o tempo das palavras que lhes faltam.
E pelo nome das árvores
de quando adormecia devagarinho.



8 comentários:

Amélia disse...

Gosto desta revisitação e reelaboração dos clássicos por si...

rendadebilros disse...

Sempre em viagem... Bom domingo!

Soledade disse...

Esquecemos Laertes demasiadas vezes, sim, vemos as coisas do lado de Penélope, de Telémaco, do próprio Ulisses. Mas há um outro tempo mais urgente e outra falta se calhar mais ingente. Os diópspiros estão maduros no ramo...
Bela entrada, Zef, um poema doce, elegíaco, mas contido. Muito bom!

zef disse...

Amélia, tanto andei entre a praia dos Feaces e o tempo em que Ulisses
“…encontrou o pai, só, na vinha bem cuidada,
cavando em torno de uma videira…”,
que disse cá para mim: vale a pena ficar aqui…

Renda, menos que Ulisses, mais maneirinho…

Obrigado, Soledade. O jardim de Laertes, seja ou não enxerto na Odisseia, ficou bonito depois das palavras que se ouviram entre pai e filho.
E gostei de a Soledade ter olhado com bons olhos aqueles diospiros…

Boa noite, gente amiga.

Anónimo disse...

Um beijo e...
muitas saudades,
da M...

Anónimo disse...

Tanta gente armada em escritora e o Zef a guardar assim estes textos...não é justo.

(sim, ainda continuo por cá).

beijinhos a todos

Lis

fernanda sal m. disse...

Que belas escritas/conversas estas, as suas, zef! Ulisses, Penélope, Laertes e os "outros" não desdenhariam delas....E os diospiros, morenos, doces...
Abraço.

zef disse...

Ora viva, M..
Beijos também.

Há que tempo não dizia OláLis!
Beijos de cá

Fernanda, obrigado. Vejo-a aqui com alegria.
Um abraço