9.9.13

Conversitas e um sítio bonito

Chamaste vamos ver as framboesas.

Delicado silêncio dentro do peito,
tão inúteis as palavras.

1.
É de coisas leves, murmuras,
que fazes o teu peito,
ribeiro sereno a reflectir nuvens ligeiras.

Flor e vento nos vidoeiros,
casa dos sonhos macios,
jardim recatado, gosto mais.

Mas no coração dos bosques, dizes,
as abelhas deslassam a quietude,
crianças impertinentes à hora da estrela da tarde.

De pés inquietos são os meninos.
Assim somos nós,
ligeirinhos como nuvens.

Parecemos carneirinhos a passear no céu,
e nos prados, coisinhas leves,
a ouvir o invisível.

2.
Sentados no tanque de pedra
os pés à tona da água
foi à tardinha, a água respirava
éramos meninos vestidos de orvalho.

Assim se vestem as tardes
basta respirar

os dedos a afagar a água
os corpos às ondas às ondas
quase líquenes à procura de repouso.

4 comentários:

Anónimo disse...

Alguns dos seus textos são lugares de tanta paz que descanso, pouso... E faz-me tão bem!
Obrigada, Zef!

Beijinho

Lis

Anónimo disse...

A serenidade "Assim se vestem as tardes... basta respirar"
Abraço, Zef!

alece

Anónimo disse...

Ligeirinhos como nuvens,
sem aspas e sem ásperas,
nos pés da romãzeira

zef disse...

Lis (OláLis)
Alece
Rui
Também tenho andado a descansar, à procura de sítio…
Beijos
Abraços