16.12.13

O monge espalhava nos claustros sementes à espera dos pardais.
Disse-me que, até a rezar muito antes de nascer o sol, metia no peito o gozo das magnólias à vista dos pássaros que aparecem às primeiras luzes. E que até o chão parecia ter bocados de música. E era por isso que gostava do silêncio. Encontrava lá a fieira das palavras.

Também, se dava conta do vento fino entre as outras plantas, dizia:
fala baixo; as palavras querem-se pequenas, música de passarinhos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Acontece, dizem, nascer o sol no peito das magnólias.
Acontece ser música, acontece ser pássaro
Abraço

zef disse...

Verdade, Rui. Nasce do peito da magnólia o sol como dela se desfolham relâmpagos, recordando Luiza Neto Jorge. Mas, também, memórias de silêncio - estou a lembrar Daniel Faria.
Um abraço

Anónimo disse...

as palavras querem-se pequenas...
abraço, Zef!

alece

zef disse...

Um abraço grande, Alece.