21.12.13

O tesouro é então a magnólia segredada entre nós dois
É o canto que circula entre os lábios, a seiva
Entre o nosso cérebro e o seu próprio coração.
O coração do poema é a magnólia ao vento. Abro
Os braços, as veias, e digo
Tu que te abrigas fora de casa. E a minha promessa
É esta - que de pedra existe
Junto da magnólia permanece
Mesmo quando a sombra
Seca. E o pássaro parte. E a flor
Depois das chuvas não vem.

Daniel Faria; Poesia; Quasi Edições, 2003 (pág. 332)

2 comentários:

Anónimo disse...

Qualquer coisa de extraordinário, as palavras de Daniel Faria.
"Homens como lugares mal situados", das mais belas frases que li, sobretudo porque resistentes e em busca de algum lugar. Acreditando e querendo um ano bom.
Abraço, na chuva e no tempo melhor

zef disse...

Obrigado, Rui. Tenha também bom tempo.
Abraço