Fala ao teu neto e diz-lhe,
Meu neto, no trilho do coração
assenta o teu ouvido
(Robert Bringhurst, A Beleza das Armas; poema A Canção de Ptahhotep; trad. de Júlio Henriques; Edições Antígona)
Assenta o ouvido no coração da montanha.
Deixaste lá as palavras campos de trigo
que cismaste dizer, resguardadas até ao tempo das colheitas.
São harpas antigas, sons suspensos nos salgueirais,
mistura de mar rios flautas e rebanhos,
relâmpagos desertos, sangue de que és feito.
Fala a quem deves as palavras escolhidas pelo coração.
Como quem regressa a casa.
24.5.13
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3 comentários:
Zef, tenho gostado muito destes poemas desencadeados pela leitura de Bringhurst, ou que fazem ricochete nas palavras dele. Uma elementaridade, um reconfortante regresso, como se diz no poema: a casa.
Um beijo
Com desejo de "muitas palavras escolhidas pelo coração", assentando o ouvido no "trilho do coração", amigo!
Abraços.
Manel
Fico contente, Soledade. Sabe quem me deu a conhecer Bringhurst…
Dois beijos :)
Manel amigo, chamarmo-nos assim são palavras do coração!
Abraços e beijos para vós todos.
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