5.7.07


Ir ao quintal e escrever: entre margaças, a papoila seguidora do vento prende os olhos.
Entrar em casa e ler de Eugénio de Andrade:
"Inclina-te como a rosa
só quando o vento passe."

Dá vontade de safar bem safado o que se escreveu. Mas, por causa da papoila, embora com muita pobreza...
Cada um escreve com o céu onde mora!

16 comentários:

Lis disse...

Eugénio de Andrade deve ter tido muitas vezes essa vontade de safar e nem por isso deixou de ser o grande poeta da terra, dos gatos, da vida...

A cada um o seu céu. Também gosto do seu.

paulocosta disse...

...E está bem dito, muitos vão ao quintal e nem a todos o vento prende os olhos!
...Mas E. Andrade viu o vento em nós! Sublime, claro!

Anónimo disse...

Bem, é bom andar a passear pelos quintais dos amigos e ficar de sorriso rasgado com o que vou lendo... valha-nos a papoila seguidora do vento, o Eugénio e o céu, neste caso o seu.
Beijinhos
ana assunção

rendadebilros disse...

Ir ao quintal e trazer na alma estas palavras para as dizer em poema é magia!
Bom fim de semana.

tsiwari disse...

neste fim de semana passado, passeei-me pelo nordeste transmontano.


reparei nas mais que muitas papoilas, que teimavam em cobrir de vermelho cada recanto por onde iamos passando...

;)

Anónimo disse...

Um café matinal juntamente com o jornal junto ao D. Sebastião, um passeio bamboleante pela areia molhada, um mergulho antes do almoço, uma sesta quente e um passeio com a brisa da marina após o jantar.... que dizes? tu, a mãe, eu e a maria?

Meg disse...

Cada vez que venho aqui, sinto um desafio no ar...
Cada um escreve com o céu onde mora... gostei... está certo!
Um abraço

Anónimo disse...

anonimamente, em vez de sesta quente eu prefiria uma cesta quente: bom presuntum, bom atum, bom queijum, bom vinhum.

zef disse...

Lis, às vezes o sapateiro remendão quer ir além dos chanatos e, de repente, vê-se rente ao chão! Mas é assim: a cada um o seu céu...

zef disse...

Paulo, E. Andrade viu sempre bem e revelou o que "encontrou ou sonhou nas galerias da alma"

zef disse...

Ana, os sorrisos de quem passeia pelos nossos chãos sabem sempre bem. Mas olhe que a papoila, quando ouviu o que eu disse, corou de "não percebes nada disto". Mas não foi lá muito justa: cada mostra-se como sabe...
Beijinhos

zef disse...

Renda, o fim de semana já passou...
Quanto ao resto, que as coisas pequenas sejam os momentos da alegria possível.
Abraço

zef disse...

Tsiwari, sei que, em muitos sítios, há, pelo menos, cinco mil papoilas todas juntas...Mas, no meu asteróide, o B612, só havia aquela...

:-)

zef disse...

Talvez, catraia miúda. Mas acrescenta ao itinerário: levarmos a Maria à Ponta da Piedade: comece já a perceber a música que o vento soa.
Beijinhos

zef disse...

Meg, é isso, embora o céu seja de tecto muito baixo, mas vai dando para "morar".
Abraços

zef disse...

Ó anónimo guloso, porque quem me bate à porta fá-lo por bem, assim seja: aparece depois da sesta. Já comprei a cesta...(Em Monchique havia, há anos, um presuntum e vinhum tambémnhe de louvar a Deus: vamos lá e, na volta, ainda deve haver "água da sola" para ajudar a digestão...)