6.10.08



Deixei cair uma lágrima na alfazema.
Até onde irá o cheiro roxo grená?

O quintal todo tem ar novo. É da água nas flores, e
ai Deus, que caminho vai levar?

Hei-de querer a força da água, que corre da chuva, e volta à terra.
Ai Deus, e que venha cedo,

e outra lágrima cairá na alfazema, e no alecrim, e na romã,
e o tempo novo,
ai Deus, venha cedo!

20 comentários:

Amélia disse...

Outro poema que qualquer dia irá parar a outro blogue...qual será?
Beijos

Anónimo disse...

Poema cantiga---de amigo.

De amigo triste.

Um beijo,
Lis

fernanda sal m. disse...

Oh, Amélia..., se o Zef-trovador deixar, este poderá ir visitar a "estrela" ???
Gosto tanto das alfazemas; da cor, do cheiro, do porte... e deste texto de "troubadour"..
Abraço.

rendadebilros disse...

Fico sempre encantada tanto com os poemas escolhidos de GRANDES poetas, como com as palavras dessa alma de poeta...

( Só o amigo para interpretar com a voz de perito em Literatura umas simples palavras... bem-haja pela menasgem, ela um verdadeiro poema...)
Boa semana.

Anónimo disse...

Há lágrimas que com a sua tristeza, sua alegria, seu amor, conseguem dar beleza às coisas.
Beijinhos irmã chata

Anónimo disse...

A lágrima liberta o odor a alfazema.
Sábado passei na sua terra e, por alguns minutos, sentei-me num banco de jardim para sentir a tranquilidade das "beiras". Estava sol, a chuva já chegou?
Um abraço,

alece

zef disse...

Amélia, onde "um som de flauta chora"? - E as Flores não vão ressentir-se?
Beijos

zef disse...

Sim, Lis? - Às vezes...
Um beijo

zef disse...

Deixo, deixo, Fernanda, a madrugada vai fazer-lhe bem
Abraços

zef disse...

Renda, bem haja. "Alma de poeta", se sim, somos vizinhos...
Um abraço

zef disse...

Lurdes, "irmã chata" (sei que és tu porque foste a última a quem chamei "chata"...), gosto desta massa, tristeza, alegria, amor...Crescemos assim e que a tarde nos vá dando a serenidade
Beijinhos

zef disse...

Alece, liberta mesmo, a gente sabe!

Passou por aqui: espero que o tal banco tenha dado sol e a calma.

A chuva já foi embora.

Quando cá voltar, faça o favor de dizer!
Um abraço

Meg disse...

Querido Zef

Tristeza ou apenas melancolia nas entrelinhas deste poema?
Apetece-me sentar aqui neste banco de pedra e ficar a ler...e reler

Um abraço

Isamar disse...

Amigo, o cheiro da alfazema é inigualável, digo-to eu mas os outros , o da romã e do alecrim são igualmente bons. A natureza, benfeitora,dá-nos o que tem de melhor.

Fizeste-me recuar à poesia trovadoresca com a estrutura do poema e a repetição do verso.

Saudade? É tempo de nostalgia, amigo.

Beijinhos

zef disse...

Pois é, Meg, às vezes não se sabe do que separa uma coisa da outra.
Mas não há mal nenhum, pois não?
Um abraço

zef disse...

Sophiamar, sim, fui levado por isso, se calhar abusivo...Mas as nossas palavras são sempre devedoras doutras. E alfazema molhada:
"...
Idas son as frores
d'aqui ben con maus amores!"

Beijos

Anónimo disse...

Caro Zef, ainda em silêncio?

lis

zef disse...

Boa noite, Lis.

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

belo poema , encontrei-o na estrela da madrugada , e de novo aqui vim encontrá-lo ....
gosto muito destes poemas de sabor trovadoresco !
cordialmente________ JRMartO

zef disse...

Obrigado, vaandando, pelo que diz.
A Fernanda foi muito gentil.