8.3.09


Olha.
Hoje de manhã vi um campo muito verde.
Tinha meruges juntinhas, assim ao meu lado esquerdo,
e as margaridas já erguiam o sol.

Escuta.
Vi um verdelhão. Tinha bocados do campo e do sol das flores.
E um melro. Vi-o por causa das cores.
E o sol estava no campo. Por causa da música.

Pensei assim:
o sol cresce dentro das coisas
para que a morte venha viçosa

iremos ao mesmo sítio
pelas cores e pela música

levamos a luz nossa sombra
e fazemos assobios de melro maroto

somos meninos
ainda não vale morrer.



18 comentários:

Amélia disse...

Tão bonito o que andava a guardar nos seus cadernitos!
Um conselho: assine as entradas de poemas ou escritos seus, para evitar eventuais abusos.
beijos

zef disse...

Bom dia,Amélia.
Falta aqui qalquer coisa. Mas, ontem, houve pontas de sol e não resisti!
Beijos
(Acatei o conselho. Obrigado.)

Meg disse...

Querido Zef,

Depois de 2 meses privada de net, por ter mudado de residência, aqui estou de regresso, finalmente, e venho, numa primeira visita, deixar um abraço e a promessa de voltar para ler e comentar, como é devido.

Um abraço

Meg

Lis disse...

Olhar, escutar, pensar. Não vale morrer assim menino, não senhor.

Um beijinho,
Lis

rendadebilros disse...

E ainda andamos à procura da palavra certa

da música

do gesto...

ainda é cedo!

Sempre uma pequena maravilha as suas palavras!
Abraço.

Anónimo disse...

somos passarinhos ou margaridas...
somos meninos :)
Zef, será a primavera ou a luz ou o assobio do melro maroto?
Beijos por aí.
ana assunção

tsiwari disse...

Conheço bem esse êxtase das maravilhas simples (bucólicas, arriscaria o óbvio) de um campo a ensolarar-se, acolhendo uma primavera adiantada, e uns chilreios amarotados.

Lindo, como sempre aliás, o escrito teu.


Abç

zef disse...

Meg, és bem reaparecida, aqui e na Recalcitrante. E fiques também bem na nova residêndia! Recalcitra sempre.
Um abraço

zef disse...

Lis, às vezes penso bem; outros terão os olhos e os ouvidos!

:)

Beijinhos

zef disse...

Renda, que se pense sempre "ainda é cedo" e que a tarde venha no tempo certo.
(Faça boas viagens e veja e seja vista por quem deseja!)
Abraços

zef disse...

Ó Ana, a gente inda pensa que é isso tudo e não há mal nenhum no pensar, pois não?
E não é bom não se aprender grande coisa com a idade?

Beijos daqui.

zef disse...

Tsiwari, se não conhecesses não merecias passar por aqui...
(e ainda há sol nessa Vilela?)
Um abraço

Anónimo disse...

Olá mano,quanta poesia anda por ai escondida.Gostava de ter um livro com todas essas coisitas que andam por ai escondidas.Pensa nisso, seria lindo.Viste um verdilhão, eu ouvi o cuco, há coisas que vão e voltam, pode não ser na primavera que gostaríamos,mas sim no tempo certo.
Beijinhos.
Lurdes

zef disse...

Olá, mana Lurdes, há que tempo a gente não se escuta!
Um dia qualquer, quando o frio e os anos nos puserem a olhar mais tempo uns para os outros, havemos de ser livros abertos...
Beijinhos

Anónimo disse...

Lindo... lindo!!!
Espero poder comprar o livro dessa tua poesia. Toca a trabalhar nisso, porque hás-de surpreender muita gente.
beijão
rita

zef disse...

Boa noite, Rita. Não gosto de trabalhar!
:)
Beijos

Mariana Matos disse...

Muito bonita a exaltação da meninice!

zef disse...

Bem vinda, Mariana!