10.10.09

Parábola da casa

1
A espaços, fico zangado.
Gato sem casa,
bufo a quem passa.
Se alguém olha,
deixo que passe
e penso baixinho:
vai ali a minha casa.
Mas este hábito,
o de dizer não.

2
Há três crianças a brincar e um gato enrolado, um olho aberto,
outro fechado.
Os meninos não se olham, mas brincam como é dado.
Ao gato sabe bem como se estivesse em casa.

12 comentários:

Amélia disse...

Já andava com saudades desta voz...
Beijo

Lis disse...

A casa é a rua. Como pode alguém não entender?

Há quanto tempo não o via e que saudades havia!

Soledade disse...

Perfeito, o poema Zef! A Jade eu unânimes na apreciação.
Beijo
P.S.: Amanhã quererei notícias vossas, da grande empreitada, da saúde, dos dias, de Pasárgada... Telefono, está bem?

zef disse...

Amélia, isto também já estava a fazer-me falta.
Beijos

zef disse...

Lis, entendem-no, ao menos, as crianças. E quem respira como elas.
Como disse à Amélia, tinha saudades iguais.
Beijos

zef disse...

Soledadebemaparecida, se o diz,acredito, mas quase imaginava.
Cá estaremos, ao pé do telefone.
Beijinhos

Anónimo disse...

Já terminaste a Montanha Mágica?
Gab

rendadebilros disse...

Sabor especial, lê-se o outono destes dias nas suas palavras...
Abraço.

Meg disse...

Zef,

E o jardim das delícias continua aberto, agora com um belo bichano.
De repente senti-me recuar a um tempo em que havia gatos nas soleiras das portas, ao sol...
Memórias, meu amigo.
Tenho saudades.

Um beijo

zef disse...

Ainda não acabei, catraia miúda.
Vou devagar, o que é de boa cautela quando a montanha é grande e, à roda, há mais coisas...
Olha, lá prá primavera...
beijinhos

zef disse...

Sim, Renda?
:)
Um abraço

zef disse...

Meg, Abençoadas memórias, as de se estar bem na rua como em casa: pequeninos e o sol em todo o lado!
Beijos