17.2.13


Há o silêncio de antes da palavra.
E aquele que, depois dela, deixa sítio
para subirem pausas
com outras dentro desenvolvendo o limbo
por onde suba inviolável, alta
a melodia do que foi esquecido.
Esse silêncio pauta.
Vai decifrando vestígios
de quanto o precedeu no gasto mapa
de que é possível compulsar o ritmo.
E estar à escuta com, ao fundo, a alma
a desprender-se. Subindo
até o silêncio recobrir a água
e desnudar a solidão do espírito.

Fernando Echevarría, Epifanias; Edições Afrontamento, 2006

2 comentários:

Anónimo disse...

Diversos estrangeiros reconhecem-se no silêncio e no olhar.
Menos que bastantes, mais que bastantes.
E parece claro que pode não ser nada disso
Abraço

zef disse...

...E é claro que também ser tudo isso.
Um abraço, Rui