O que sou roubei.
Subo à montanha sem nada nas mãos,
só com a montanha.
(Robert Bringhurst, A Beleza da Armas; poema O Canto de Jacob)
Nada guardo por nada ter para guardar.
Converto os dias na montanha que me aguarda,
nos seixos dos regatos e no miolo das maçãs
feitio dos olhos e das bocas que amaciaram,
feitos da violência e ternura,
assim é a água materna que me abençoou.
Sem nada nas mãos,
ligeiro nos dias bons, recatado se o céu é de chumbo,
vou pelo ventre de quem me espera
pequeno como quem nasce
nada tendo e sendo já coisa pouca,
que do regato nascem os seixos e a maçã amacia os lábios.
11.5.13
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Sempre bom de ler e reler
À falta de outras palavras, ligeiras ou recatadas, um abraço
Um abraço, Rui.
Sempre bom vê-lo.
Enviar um comentário