30.6.07

- O que poderia ter eu para te dizer, ó Venerável? Talvez dizer-te que procuras demasiado? Que enquanto procurares nunca conseguirás encontrar?
- Como assim? – perguntou Govinda.
- Quando alguém procura – respondeu Siddharta – pode acontecer que os seus olhos vejam apenas a coisa que procura, que não permitam que ele a encontre porque ele pensa sempre e apenas naquilo que procura, porque ele tem um objectivo, porque está possuído por esse objectivo. Procurar significa ter um objectivo. Mas encontrar significa ser livre, manter-se aberto, não ter objectivos. Tu, Venerável, és talvez um homem à procura, pois, perseguindo o teu objectivo, muitas vezes não vês aquilo que está perante os teus olhos.
- Ainda não te compreendo perfeitamente – disse Govinda; o que queres dizer com isso?

(Hermann Hesse, Siddharta; trad.d De Pedro Miguel Dias)

7 comentários:

rendadebilros disse...

É um enredo em que vive o ser humano...
Bom sábado.

zef disse...

...e há enredos de que nos devemos libertar...
Boa semana de trabalho

rendadebilros disse...

Deve ser, deve... essa a Estrela e achei um piadão ao seu post anterior porque eu já tinha alinhavado aquela ideia aqui num papelucho... vemos o mesmo céu...e extasiamo-nos com ele.
( A madrugadora não fui eu, foi o marido que ainda percebe menos que eu de net e afins e assim , para entrar na net e ler as notícias, deve ter clicado em tudo quanto era azul até chegar ao ícone certo ehheheheheheeh ) .
Boa terça-feira.

Meg disse...

Fora os enredos, que neles nos perdemos, às vezes para sempre e inútilmente.
Um abraço

tsiwari disse...

Um dos meus livros de referência...

zef disse...

É isso, Meg. Ninguém se perca, inda que seja nos enredos que conhece...
Um abraço

zef disse...

...Tsiwari,sem surpresa para mim...