29.8.07

(Foto de Pedro Pedro)

às vezes fica-se assim
não leva ninguém não derruba tem olhar meigo

7 comentários:

Lis disse...

Que coisa fofa! Derruba o olhar.

Anónimo disse...

Claro que se fica assim...mas agora essa de não levar ninguém, não sei. Com olhar meigo e se não derruba, a mim, levava-me! :)
Como vão por aí os grandes e os pequenos de Pasárgada?
(estarei a ver couves ali ao fundo???)
Beijinhos
ana assunção

Anónimo disse...

« Vai sem cabeçada, em liberdade franca,
O jerico ruço duma linda cor;
Nunca foi ferrado, nunca usou retranca,
Tange-o, toque, toque, moleirinha branca
Com o galho verde duma giesta em flor.
(***)

Toque, toque, toque, lindo burriquito,
Para as minhas filhas quem mo dera a mim!
Nada mais gracioso, nada mais bonito!
Quando a virgem pura foi para o Egipto,
Com certeza ia num burrico assim.
( *** )
Toque, toque, e vendo sideral tesoiro,
Entre os milhões d'astros o luar sem véu,
O burrico pensa: Quanto milho loiro!
Quem será que mói estas farinhas d'oiro
Com a mó de jaspe que anda além no Céu!

Guerra Junqueiro »

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Que saudades de os ver por aí... Aos verdadeiros... Senti um agasalho no coração quando, nas margens do Nilo, os via, resguardados do sol, pelos seus donos, debaixo de leve tecto de canas, enquanto o dono labutava o pequeno talhão de cultivo, com os pés na água.Pacientes e sabedores...E ao ver tantas cenas destas repetidas e ao ouvi-los ( vários ) zurrarem de manhãzinha ( como se respondessem ao chamamento para a oração)lembrava-me do meu tempo e local de menina e moça. E de novo acreditei que, naquelas paragens ainda agora/outrora bíblicas, teria andado Jesus. E assim mandei dizer a meus filhos numa mensagem urgente.
Desculpe a conversada (não a conversita...)
Bjos.

Jorge P. Guedes disse...

ADORO ESTES BICHOS. Tenho umass fotos com os burros de Almeida, muito lãzudos e meigos, que são dos quadros mais bonitos que já vi.

Um abraço, Zef.

Jorge P. Guedes disse...

Ah! Há pouco, na TV, deram um programa sobre Belmonte. Se eu tivesse sabido antes...

Amélia disse...

Bem...eu relembro a doçura de Platero...

zef disse...

Lis, como um brinquedo...

Ana, a mim também; mas, às vezes, vai-se cansado; que cada um vá pelo seu pé, sem perder o olhar!
Ao fundo, são couves, sim senhora.
Quanto a Pasárgada, olhe, passe por cá...
Beijos

Olá, Fernanda. Quando foi tempo de ler isto, passava na minha aldeia uma moleira; o cabelo era muito branco e usava vestido preto de manchas brancas da farinha. E eu julgava que Guerra Junqueiro era da minha aldeia...O Menino Jesus era mesmo de lá e até ia lá a casa, era o que a minha mãe dizia e tudo o que ela dizia é verdade!
Beijos.

Jorge, penso que este burro mora em Miranda do Douro; mas, como de Almeida a Miranda só há gente boa e porque de Almeida a Belmonte vai um salto de pulga...o quadro fica sempre bem...
Um abraço

Amélia, estava a pensar no Platero: "Vínhamos os dois, carregados, dos montes; Platero, de manjerona; eu, de lírios amarelos." E íamos os dois até ao "horto das monjas(...), nos repousados vales fundos com regatos onde se detém o céu róseo..."
Beijos