31.7.09

Parábola da espera

1.
O velho vai todos os dias à meia encosta da colina e deixa que o coração repouse.

Sabe que precisa da força para mais alguns passos:
quem espera há-de chegar com o esforço de quem sobe
ou a ligeireza de quem desce,

e ele precisa da distância para olhar
e poder dizer
olha como sabe bem sabermos caminhar um para o outro.

2.
A espera é um menino a respirar.

5 comentários:

Amélia disse...

Voltei a gostar.Muito.beijo

Anónimo disse...

Lá diz o ditado que quem espera sempre alcança... Oxalá....
Gab

Meg disse...

Na espera também há muita sabedoria...
E ao meio da colina, todos tentamos ir, uns mais afoitos, outros nem por isso.
Zef, vir aqui é entrar numa espécie de "jardim das delícias".

Um abraço amigo

Anónimo disse...

Há rituais bons mas o da espera nunca o é. Não para mim. Esperar rima com distância, com tempo, com solidão...

Há rituais bons, como o do encontro.
Um beijinho
Lis

zef disse...

Obrigado, Amélia.
Também pela amizade.
Beijos daqui.

Não é só o ditado, catraia miúda! É o peito, menina, é o peito!

Obrigado, Meg.
Falas de "jardim de delícias": sabe bem ouvir. Lembrei-me de Roland Barthes: "a espera é um encantamento: recebi a ordem de não me mexer".
Abraços

OláLis!
Não é hábito dos ritos serem eficazes? - É, simsenhora!
Quando se espera, o peito está cheio e os olhos luzem...
Beijinhos